23 de out. de 2012

Equipe da EMAA participa da final na 4ª ONHB em Campinas



Professora Ana Paula e as alunas Tuanny, Sara e Roberta


Tuanny, Roberta e Sara

Diretora Mauricélia França e as alunas Roberta, Sara e Tuanny


A epígrafe escolhida pela equipe Aliadas da História para o jornal preparado durante a 4ª fase da 4ªOlimpíada Nacional em História do Brasil (2012) reflete os objetivos que tinha em mente quando convidei 3 alunas do 9º ano da E. M. Alzira Araujo a participarem da competição. Nas palavras de Machado de Assis, autor da frase em questão, “a vida sem luta é um mar morto”, ou seja, nada acrescenta, nada produz, nada inspira... Lutar aqui significa subverter, questionar, incomodar, surpreender. Significa mostrar a possibilidade de construir histórias de sucesso onde muitas vezes se acredita ser impossível ou, ao menos, pouco provável.
As inscrições na ONHB são permitidas para alunos de 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. Evidentemente, alunos de Ensino Médio possuem maior probabilidade de chegarem a final. Esta por si só já era uma dificuldade para as alunas Roberta Brandão (1902), Sara Rocha (1904) e Tuanny Badú (1904), componentes da equipe. Além de outras relacionadas às trajetórias e aos graus de formação das fortes equipes de todo o Brasil com as quais competiam. Contudo, dentre as mais de 10 mil equipes inscritas, as Aliadas da História estiveram entre as 300 finalistas, selecionadas pela soma de pontuação após 5 etapas de questões e tarefas com alto nível de complexidade, baseadas em fontes históricas e que exigiam bastante de alunos pouco habituados a análise crítica de textos e imagens de época.
Diante dos obstáculos, a presença na final já deve ser considerada uma vitória para estas meninas que se sentiam mais felizes a cada etapa vencida. Aliás, foram preparadas desde o início (pela professora, que mesmo com esperanças não queria decepcioná-las) para conseguirem vencer apenas algumas etapas, o que já seria muito bom, dada a dificuldade das provas. Não foi o que ocorreu. Em meio a muitos temas desconhecidos, mapas e textos de difícil compreensão e algumas horas de pesquisas, via internet principalmente – o que é uma proposta central da ONHB, já que 5 das 6 fases são on-line, além dos textos sugeridos também estarem disponíveis virtualmente – foram realizando descobertas e vivendo a experiência de ler, refletir, debater e construir algo novo. O resultado da 5ª fase, divulgado no dia 22/09, provou que o esforço havia valido a pena. Esforço iniciado ainda em abril, quando comentei com Sara a respeito da competição e, juntas, agregamos Roberta e Tuanny ao desafio. Pedi que pensassem com cuidado se realmente gostariam de enfrentá-lo e se achavam (como eu) que teriam a responsabilidade e a capacidade de investir neste projeto. Elas concluíram que sim, fizeram as inscrições, se responsabilizaram por toda a parte burocrática inicial e, a partir do dia 20/08, quando foi divulgada a 1ª fase de provas e tarefas, se envolveram na competição.
Não me decepcionaram quanto à responsabilidade e à capacidade. Realizaram ótimas leituras e interpretações, enviaram tudo o que era exigido em dia e não arrefeceram quando a produção de uma gazeta se uniu à questões de alta complexidade para serem feitas em 1 semana, tarefa que parecia muito difícil de ser cumprida. Bem, o resultado já sabemos. A equipe participou da final da ONHB realizada na Universidade Estadual de Campinas entre os dias 20 e 21 de outubro de 2012. Foram bem sucedidas na prova final, toda discursiva e baseada em imagens retiradas de arquivos históricos (trabalho difícil para muitos professores, diga-se de passagem), mas não chegaram a ganhar medalhas de ouro, prata ou bronze. Ganharam sim a medalha e o certificado de menção honrosa conferidos as 300 equipes que chegaram à fase final presencial.
Ganhar ou perder neste caso simplesmente não importa. Importa sim a disposição para enfrentar os desafios, a descoberta do novo, o mergulho em novas experiências e, sobretudo, a comprovação de que é possível construir algo diferente do esperado, surpreender, inspirar e subverter, no melhor sentido machadiano de compreensão do verbo lutar. Por este ângulo, o fracasso não existe. Afinal, cada passo rumo à vitória, cada obstáculo vencido, já é a própria vitória em si. A vitória contra a estagnação, o desânimo, o impossível, o inesperado... O exemplo de que ter foco, objetivo, estudar e se dedicar compensam, foi dado. Este era nosso objetivo principal.
Aproveito para agradecer a todos os que torceram pelo sucesso das Aliadas da História, em especial a toda a carinhosa equipe de funcionários e professores da E. M. Alzira Araujo. Agradeço também à diretora Mauricélia França e à diretora-adjunta Jane Brandão pelo apoio e incentivo dados ao longo de todos estes meses de trabalho e a Márcia Cristina Alves, representante do Rioeduca.net/9ª CRE, pelo empenho incansável em conseguir financiamento para que nossa equipe pudesse estar presente na fase final da ONHB em Campinas. Neste sentido, agradecemos a SME as passagens aéreas e a hospedagem sem as quais a viagem seria inviável.
Por fim, agradeço a Sara, Roberta e Tuanny que toparam participar da aventura de uma professora que quis fazê-las sonhar mais alto. Objetivo que tenho com todos os meus alunos, mesmo quando eles, por inúmeras razões (econômicas, sociais, políticas...), sequer compreendem o que isto significa. Estes agradecimentos devem ser estendidos aos pais destas meninas por terem incentivado desde o início seus (nossos) voos. Sem seus incentivos, as horas de estudo até tarde da noite, as chegadas à escola antes do horário e a viagem a Campinas não seriam possíveis.
Que estas meninas, e todos os nossos alunos, tenham futuros brilhantes! Ou, ao menos, tenham futuros! É por isto que a educação, tão desvalorizada e secundarizada, vale a pena.
Ana Paula Barcelos
 (Professora de História da E.M. Alzira Araujo e orientadora da equipe Aliadas da História)

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